Saí pro caminho ás 6:00hs da manhã. Tudo ainda estava muito escuro, noite. Usei a minha lanterna para poder ver as setas no meio da escuridão. A saída de Melide é meio assustadora, pensei se fosse no Rio com certeza teria um malandro pra me assaltar. A experiência de andar á noite foi muito boa, céu estrelado e ninguém no caminho, só você.
No começo é sempre muito bom, pés e músculos renovados, tudo de bom. Na saída de Melide vi um indicador de quilometragem até Santiago onde marcava 50 kms, falta muito pouco.
A trilha passou muito pelo meio do campo e florestas, muitas paisagens bonitas. Passei também, por duas vezes, por vacas que pelo que vi tinham mais medo que eu. Eram enormes e numa hora fiquei receioso em passar mas num único passo já abriram caminho pra mim.
Cheguei em Arzua ás 10:24hs. Já tinha andado 13,6kms e tinha que ter força para seguir em frente, pois ainda faltavam 18 kms até 18 kms até Arca.
Parei para fazer um lanche no povoado seguinte e vi que hoje seria meio complicado até o final, pois meus pés estãoficandomuito doloridos após algumas poucas horas de caminhada , acho que é normal né.
Segui em frente mas até esquentarem de novo, doíam muito. Minhas costas estão doendo muito , acho que deve ser por causa da mochila.
Durante a `` penitência`` , pensei diversas vezes no Gabriel, de quando o fui ver naquela fatidica quarta-feira, dele rindo pra mim, e de outras cenas que não desejo relebrar mais. Vi que sofremos tanto aqui na terra e não sei se é bom ou ruim um dia isso acaba. Rezei muito para ele hoje.
Aqui no caminho, quando faltam 100kms para o termino é muito comum ver famílias interias fazendo o caminho ou espanhóis que tiram 4 dias de folga para fazer o caminho, pois consegue-se a compostela (o certificado do caminho) fazendo esta quilometragem, mas acho isso um pouco injusto com nós peregrinos de verdade.
Chaguei em Arca ás 15 hs depois de muita luta com o meu corpo e mente. Passei pela última plca indicando 18 kms ... Amanhã chego em Santiago!!!!!
domingo, 17 de outubro de 2010
Etapa 27 - hospital de la cruz - Melide
A noite foi para mim a melhor e mais bem dormida de todo o caminho. O colchão era excelente e a calefação me fez lembrar do calor do Rio.
A temperatura pela manhã devia estar perto dos 5 graus, com certeza, e foi bem dificil começar a andar. Até se esquentar demorou um tempinho.
Hoje ás 10 hs a nevoa já tinha se dissipado e o tempo estava totalmente sem nuvens e com um sol lindo. Toda a trilha trancorreu paralelo a uma estrada de asfalto.
E tive alguns insights do caminho. Aqui é um intensivo da vida e nos ensina a fazermos o que podemos, sempre respeitando os nossos limites e a nossa capacidade. Infelizmente nem sempre o que planejamos. Pedras, tempo ruim, pessoas que não nos dão valor, isso tudo tem aqui também, mas temos a necessidade de sermos confiantes no dia que começará, pois os kms precisarão ser vencidos, sejam mais ou menos, mas alguns terão que ser deixados para trás.
Parei as 12:40 hs para comer numa praça de Palas del Rei, reabasteci as forças e segui em frente para Melide que estava a mais de 15 kms de distancia dali. Hoje toda a etapa fiz com o Daniel, e foi bom porque conversamos o tempo todo e a quilometragem passou rápida.
Chegamos em Melide ás 17hs e para nossa surpresa o albergue, de 130 camas, estava lotado. Descobrimos depois que uma ala estava interditada e todos creem que deveria estar infestada de chinches.
A solução foi procurar outro lugar para dormir e nessas horas a cidade dá um jeito para os peregrinos. Dormi numa espécia de galpão polideportivo, com uma ala de beliches, banheiro, cozinha, etc... Acho que deve servir para casos extremos para a população. Foi tranquilo, tanto pelo lugar, muito limpo com uma ducha bem quente e também pelo preço: 3 Euros. Nada mal.
Conheci dois casais de espanhóis, que pelas brincadeiras sacanas. parecem brasileiros. Eles me recomendaram comer o Pulpo Galego (Polvo) aqui em Melide, na casa Ezequiel, uma das melhores pulperias daqui. Estava delicioso e de prache todos os peregrinos estavam lá para experimentar o tal pulpo.
A temperatura pela manhã devia estar perto dos 5 graus, com certeza, e foi bem dificil começar a andar. Até se esquentar demorou um tempinho.
Hoje ás 10 hs a nevoa já tinha se dissipado e o tempo estava totalmente sem nuvens e com um sol lindo. Toda a trilha trancorreu paralelo a uma estrada de asfalto.
E tive alguns insights do caminho. Aqui é um intensivo da vida e nos ensina a fazermos o que podemos, sempre respeitando os nossos limites e a nossa capacidade. Infelizmente nem sempre o que planejamos. Pedras, tempo ruim, pessoas que não nos dão valor, isso tudo tem aqui também, mas temos a necessidade de sermos confiantes no dia que começará, pois os kms precisarão ser vencidos, sejam mais ou menos, mas alguns terão que ser deixados para trás.
Parei as 12:40 hs para comer numa praça de Palas del Rei, reabasteci as forças e segui em frente para Melide que estava a mais de 15 kms de distancia dali. Hoje toda a etapa fiz com o Daniel, e foi bom porque conversamos o tempo todo e a quilometragem passou rápida.
Chegamos em Melide ás 17hs e para nossa surpresa o albergue, de 130 camas, estava lotado. Descobrimos depois que uma ala estava interditada e todos creem que deveria estar infestada de chinches.
A solução foi procurar outro lugar para dormir e nessas horas a cidade dá um jeito para os peregrinos. Dormi numa espécia de galpão polideportivo, com uma ala de beliches, banheiro, cozinha, etc... Acho que deve servir para casos extremos para a população. Foi tranquilo, tanto pelo lugar, muito limpo com uma ducha bem quente e também pelo preço: 3 Euros. Nada mal.
Conheci dois casais de espanhóis, que pelas brincadeiras sacanas. parecem brasileiros. Eles me recomendaram comer o Pulpo Galego (Polvo) aqui em Melide, na casa Ezequiel, uma das melhores pulperias daqui. Estava delicioso e de prache todos os peregrinos estavam lá para experimentar o tal pulpo.
Postado por
André Aguilera
às
12:32
1 comentários
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